NASA deteta mudanças no ADN de Astronauta

Um estudo da NASA detetou diferenças no ADN do astronauta Scott Kelly após a sua missão de um ano na Estação Espacial Internacional. As primeiras conclusões relativas a este tema já tinham sido apresentadas no Investigator's Workshop de 2017, e, os novos dados apresentados na edição deste ano do evento, apenas confirmam esta tese. 

Os resultados foram obtidos analisando as mudanças verificadas em Scott Kelly antes, durante e depois da sua missão, em comparação com o seu irmão gémeo, Mark Kelly, que ficou em Terra. 
No sentido de observar estas mudanças biológicas, foram estudados vários metabólitos (necessários para manter a vida), citoquinas (segregadas por células do sistema imunológico) e várias proteínas essenciais na vida celular. 

Apesar de 93% da sua expressão genética ter voltado ao normal, um conjunto de centenas de 'genes espaciais' permaneceu no seu genoma. As alterações são explicadas pelo fato de as missões espaciais levarem a um stress oxidativo derivado da privação de oxigénio e a um aumento da inflamação que afetam a expressão genética. Especula-se também que uma maior exposição a radiações ionizastes é uma causa associada às alterações.

Scott Kelly, astronauta da NASA

Aprofundando as mudanças detetadas analiticamente, destacam-se os danos nas mitocôndrias evidenciados pelo aumento deste componente celular no sangue. De referir também as alterações no comprimento dos telémetros, visto que se distenderam quando Kelly se encontrava em missão e diminuíram 48 h após o seu regresso. Crê-se que este e outros danos no ADN surgiram devido à exposição a radiação e à restrição calórica. Detectaram-se ainda alterações no colagenio, na coagulação sanguínea e na formação óssea causadas, provavelmente, pela ausência de gravidade.

Numa altura em que se planeiam viagem tripuladas a Marte, torna-se crucial entender como é que o corpo humano reage às alterações de gravidade, ao isolamento e ao stress de viagens espaciais de longa duração antes iniciar um tipo de exploração espacial nunca antes praticado pelo ser humano. Desta forma, as conclusões deste estudo apenas realçam a importância desta questão no planeamento destas viagens. 

Fonte : https://edition.cnn.com

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