Premio Nobel da Fisiologia ou Medicina 2011
O prémio Nobel da Medicina e Fisiologia de 2011 foi repartido por Bruce Beutler (EUA) e Jules Hoffman (França), pelas suas descobertas sobre a ativação dos mecanismos de imunidade inata, e, ainda, Ralph Steinman (Canadá) pela descoberta das células dendríticas e do seu papel na imunidade adaptativa.
Jules Hoffman destacou-se por ter identificado o gene 'Toll' como o responsável pela 'ativação' do sistema imunitário inato ao conduzir experiências em 'moscas da fruta' (famílias Drosophilidae e Tephritidae). Hoffman verificou que os espécimes com mutações neste gene não eram capazes de iniciar uma resposta imunitária quando injetados com microorganismos patogénicos dado que, estes não foram capazes de sobreviver após a injeção.
Bruce Butler, outro dos galardoados por trabalhos relacionados com o sistema imunitário inato, propôs-se a entender como é que os Lipopolisacarídeos (LPS), toxinas de origem bacteriana, conseguem produzir uma síndrome potencialmente letal para os doentes, chamada choque séptico. O vencedor do prémio Nobel tentou identificar os recetores dos LPS à superfície das células imunitárias usando como modelo biológico, o rato. Em 1998, conclui que os ratos resistentes aos LPS eram portadores de uma mutação em genes semelhantes ao gene 'Toll' da 'mosca da fruta'. Este 'Toll-like receptor' (TLR) acabou por ser mesmo o receptor do LPS. Quando estas toxinas se ligam ao recetor TLR, inicia-se o processo inflamatório e, na presença de grandes quantidades de LPS, o choque séptico. Assim, estes resultados demonstraram que os mamíferos e as 'moscas da fruta' utilizam moléculas semelhantes para ativar a imunidade inata.
Por fim, o prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2011 foi também atribuído a Ralph Steinman que descobriu em 1973, um novo tipo de células, a célula dendrítica. Estas células foram posteriormente identificadas com células apresentadoras de antigénios, sendo capazes de ativar as células T, um tipo de célula pertencente ao sistema imune adaptativo e importante para o processo de memória imunitária.
Esquema da célula dendrítica |
O fato de as células dendríticas terem a capacidade de estimular a proliferação das células T tornou-se numa importante arma de intervenção terapêutica anti-tumoral. Este príncipio é a base de uma imunoterapia que procura alertar as células dendríticas para a existência do tumor através da apresentação antigénica. Consiste em retirar células da corrente sanguínea do indivíduo com cancro, realizar uma estimulação das suas células in vitro com antigénios específicos do tumor em causa e reintroduzi-las no indivíduo. O processo referido pode permitir o desenvolvimento de vacinas mais eficazes contra as infeções e estimular o desenvolvimento de vacinas mais eficazes contra as infeções e estimular o sistema imunitário para o tornar capaz de atacar eficazmente o tumor.
Fontes: www.lescienze.it/news
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